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martes, 2 de octubre de 2012

A pressão de SOJA: hoje surpreende o mercado, mas não é inexplicável.

BOA TARDE,

Soja não consegue pegar tração nos ganhos de sexta.
A pressão de hoje surpreende o mercado, mas não é inexplicável.

Alguns fatores contribuem:

  1. ·         Muitos participantes se posicionaram comprados na soja e vendidos no milho e trigo semana passada pré-relatório, na expectativa de um relatório neutro ou altista para a oleaginosa e baixista para o milho.  O oposto aconteceu e o que vemos hoje é forte realização destes “spreads” – com participantes comprando milho e vendendo soja.
  2. ·         Contínuos relatos de melhorias sobre o esperado nos rendimentos da safra de soja atual nos EUA.  Hoje, pelo menos 90% do mercado aguarda um aumento nos dados de produtividade da oleaginosa no relatório do próximo dia 11 do USDA.
  3. ·         Contínua pressão sazonal da colheita EUA, estimada em 38% completa.
  4. ·         Expectativa sobre o início nesta semana da rolagem de posições do contrato de Novembro para Março por parte de grandes players to mercado especulativo.

Ainda assim, repito que acredito que a mentalidade do mercado mudou em relação ás últimas semanas... 
A mentalidade agora é muito maior de “Compra nas baixas” contra a mentalidade que dominou as últimas duas semanas de Setembro de “venda nas tentativas de recuperação”.

O USDA precisará relatar uma enorme melhora nos dados de produtividade da oleaginosa para que tenha um efeito real no mercado físico.
A realidade é que qualquer aumento nos dados de produtividade menor que 5% será imediatamente “absorvido” pela demanda.
Ou seja, o relatório de Setembro do USDA relatou expectativa de um rendimento de 35,3 bushels por acre (2,37 tons por hectare).
Com uma área colhida estimada em 74,6 milhões de acres (30,2 milhões de hectares), um aumento de 5% na produtividade em relação ao último relatório, significaria um aumento de praticamente 132 milhões de bushels (3,6 milhões de toneladas).  Um aumento até significativo se analisado isoladamente – mas nada comparado á quebra de 16 milhões de toneladas frente á expectativa de safra do início deste ano da safra soja EUA (estimativa era 87 milhões de toneladas no início da safra, pré-seca).

A inspeção de exportações desta manhã veio muito acima do esperado pelo mercado (quase o triplo, expectativas eram de 400 mil toneladas e foram registradas á 1,134 milhões de toneladas, COM A CHINA RESPONSÁVEL POR 730 MIL TONELADAS).

Ou seja, como já venho falando, esta baixa recente do mercado está atraíndo demanda, exatamente o oposto do que precisa ser feito, o racionamento de demanda!
Acreditamos que possamos ver um bom movimento de recuperação assim que a colheita de soja estiver mais que 50% completa e a pressão da colheita no mercado físico se diluir.
A partir deste ponto, o mercado terá duas tarefas – elevar cotações para atrair venda dos produtores e também racionar demanda para exportação... 

NO MOMENTO ATUAL, o risco de para cima é muito maior que o risco para baixo...

Qual é o risco para este prognóstico?
Será preciso um relato de produtividade bem maior que o esperado pelo USDA ou uma possível “derretida” macroeconômica global para que os preços da oleaginosa tenham uma baixa sustendada durante as próximas semanas...

Para o médio prazo (próximos dois meses), ainda vemos soja retomando tendência de alta, assim como milho e trigo.
Lembrando que a relação Soja/Milho começa a chamar muito mais atenção, pois vários produtores compram seus insumos e sementes aqui nos EUA logo quando vendem suas colheitas... ambas culturas precisam atrair área de plantio nos EUA, o que pode muito bem significar Milho acima de $8 e Soja acima de $17 nas próximas semanas/meses...

Ficamos de olho...

Abs,

PEDRO H DEJNEKA

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